50 anos de ativismo em prol da agenda climática
Aos nove anos de idade em Sri Dungargarh, na Índia, o ativista e palestrante Satish Kumar, nascido em 1936, decidiu ser monge. Na cultura indiana, ter um filho monge era um bom presságio e, assim, Kumar foi viver em um monastério janaísta.
A palavra Jain deriva do termo sânscrito que designa os mestres oniscientes, os “vitoriosos”, assim conhecidos por terem vencido as paixões, chegando à libertação do ciclo de renascer. O cerne desta tradição religiosa é que o universo é eterno e está sempre em transformação, não possuindo um único criador.
Aos 18 anos, Kumar conheceu os ensinamentos de Mahatma Gandhi e, assim como ele, percebeu que a sua missão estava no mundo, lidando com as pessoas no seu dia-a-dia. Tornou-se, então, aluno de Vinoba Bhave, um discípulo de Gandhi e, junto ao mestre, peregrinou de cidade em cidade, até que criou um protesto pelo desarmamento nuclear em 1960, no qual caminhou 14 mil quilômetros.
A mensagem de Kumar é direta como uma flecha: nós somos parte da natureza, não donos dela – destruir a natureza é destruir a nós mesmos, seja por meio da guerra ou da devastação ambiental.
“Não devemos acreditar na supremacia humana sobre os outros seres.” Hoje, aos 75 anos, Kumar continua sua peregrinação pela harmonia entre pessoas e planeta e permanece à frente do Schumacher College, uma escola com olhar holístico visando educar pessoas “para a vida e não apenas para passar em exames”.
A instituição de ensino - que atraiu a atenção de empresas para a formação de seus colaboradores com base na integração entre finanças, ambiente e espiritualidade - já recebeu mestres como o médico Patch Adams e o físico Fritjof Capra.