Nascidos entre 2001 e 2010, a Geração Z em sua maioria não possui memória isenta de contato com a tecnologia. De acordo com análise feita pela Bloomberg baseando-se em dados da ONU, a Geração Z alcançaria no fim de 2019 a marca de 32% da população mundial, paralelamente com o alcance de sua maioridade e seus primeiros impactos diretos no ensino superior e no mercado de trabalho.
Ao contrário das gerações anteriores, a Geração Z não conhece o analógico. Com 97% dela possuindo perfil em rede social, segundo o “Geração Z: um guia definitivo para entender a nova geração de estudantes” publicado pelo SEBRAE, os indivíduos desta faixa possuem um senso de urgência, velocidade e espontaneidade muito fortes. Em contrapartida, isso reflete em uma tendência a ausência de paciência resultando em padrões de consumo, tanto de bens quanto de conteúdo, diferentes daqueles considerados anteriormente.
Segundo o mesmo guia, por terem este contato com a tecnologia, a Geração Z possui uma autoconfiança e consciência acentuadas quando se trata de consumo. O consumidor desta faixa é mais difícil de convencer, isso porque ele possui necessidades e exigências diferentes.
"Por terem vivenciado – mesmo que na infância – um dos piores períodos de recessão e de desemprego das últimas décadas, eles são cautelosos com seus gastos e prevenidos financeiramente em relação ao futuro.”
Outro valor importante é a transparência. Por isso, tendem a confiar mais em pessoas do que instituições, dispensando em sua maioria estratégias de marketing simplistas onde só preço e qualidade são ofertados.
Por que me importar com a Geração Z?
Apesar de ainda estarem ingressando no mercado de trabalho os padrões de consumo da Gen Z já impactam as demais. Em palestra dada no Fórum E-Commerce em 2020, a vice-presidente da Forrester Research Sucharita Kodali reforçou a necessidade das empresas de trabalharem para dissociar-se dos chamados “Titãs da Tecnologia”, aqui utilizado para se referir à Apple, Google, Facebook e Amazon, como os grandes detentores de dados e ferramentas de anúncios e vendas. Isso porque escândalos como os da Cambridge Analytica tornaram os usuários extremamente criteriosos sobre como seus dados são tratados.
Com isso em mente, é possível traçar um plano sobre como lidar com estas mudanças e principalmente como manter-se relevante em um mercado tão criterioso:
Redes Sociais são importantes porque é através delas que a empresa se aproxima do seu cliente de maneira mais pessoal. Além de serem grandes facilitadores na comunicação, é através delas que é possível conhecer o consumidor quando ele está mais a vontade. Por isso é importante é fundamental a atenção especial para todas as interações através das redes.
A Geração Z compra de pessoas, e não de empresas. Apesar de poder parecer menos acessível, ela procura consumir de locais que possuem valores semelhantes aos seus.
A Geração Z ama produzir conteúdo. Durante a pandemia o aplicativo Tik Tok registrou 107 milhões de downloads no Brasil. A facilidade de interação com a tecnologia faz deles ótimos produtores. Incentive seus clientes a serem os seus influenciadores! A criação de hashtags, utilizar de repostagem (autorizada, claro) de fotos e vídeos nas redes sociais além de aliviar as postagens “marketeiras” tornam o feed um espaço de trocas de experiências, o que pode atrair ainda mais pessoas interessadas no seu negócio.
O que aprender com a Geração Z?
Qualidade é diferente de quantidade. Por serem mais criteriosos essa geração procura conteúdos mais aprofundados, capazes de informar propósitos que vão além dos financeiros. Isso também vale para a forma de consumir. No mesmo Fórum, Kodali apontou que investir em inúmeras tecnologias que não mudam a vida do seu cliente acaba sendo uma prática que desperdiça recursos. Muito antes de fazer uma entrega por drone é importante a certeza de que a jornada do cliente está funcionando de forma efetiva e que ele está satisfeito utilizando os métodos convencionais. O consumidor já não se deixa impressionar pela inovação pela inovação apenas, ela deve trazer um impacto real na sua experiência e, melhor ainda, no meio em que ele vive.